O movimento cultural de Buenos Aires pode ser percebido nas suas mais variadas manifestações. Museus, teatros, casas de tango e também as numerosas livrarias que enfeitam a capital argentina são os exemplos mais habituais. Mas tem uma que acaba se destacando bem por cima das outras: a Livraria El Ateneo. Com quase 100 anos de existência, foi inaugurada em 1919 e teve diversas finalidades até o dia de hoje. Localizada na Avenida Santa Fe, no nobre Barrio Norte, é sem dúvidas um dos pontos mais visitados da cidade.
Inicialmente funcionou como teatro, o Grand Splendid, com capacidade para 500 pessoas. Porém, com o passar do tempo, também foi cinema, estúdio de rádio e finalmente, uma grande livraria. Quando ainda era um teatro desfilaram pelo palco grandes figuras da cultura argentina onde não faltou o próprio Carlos Gardel.
A livraria por dentro
Basta atravessar a porta para ver que estamos ingressando num lugar diferente. No final das contas a Livraria El Ateneo está considerada uma das mais belas do mundo. E ainda uma das 10 livrarias mais importantes. Baita elogio, já que vem nada menos que do famoso jornal britânico The Guardian.
Seu interior é irresistivelmente atraente e conserva boa parte da sua aparência original, mesmo após todas as reformas realizadas. A cúpula, as sacadas e a imensa cortina vermelha de veludo formam uma imagem que acaba tirando o fôlego. Símbolos da ostentação característica da época, onde todos os prédios eram construções imponentes.
Impossível deixar de mencionar a beleza da cúpula, realizada pelo pintor italiano Nazareno Orlandi. Trata-se de uma alegoria da paz simbolizando o fim da Primeira Guerra Mundial.
São três andares e um subsolo onde podemos encontrar livros dos mais diversos géneros, DVD’s e também CD’s. Além de um pequeno espaço no subsolo dedicado exclusivamente para as crianças. Qual será a motivo para ela receber milhares de visitas diárias, atraindo turistas do mundo todo? Além da sua beleza, o gigantesco estoque de mais de 100 mil livros disponíveis, o que a converte na maior livraria portenha.
Outro detalhe interessantíssimo da Livraria El Ateneo: ter poltronas para ler confortavelmente sem obrigação de compra. Na livraria tudo acaba sendo bem aproveitado: onde antigamente era o palco hoje funciona um aconchegante café. Uma prática maneira de combinar duas paixões tipicamente portenhas: leitura e um bom cafezinho.
Como chegar
De fácil acesso, a Livraria El Ateneo é um dos passeios que nunca faltam no roteiro de qualquer turista. Encontra-se na Avenida Santa Fe 1860, entre a Avenida Callao e Riobamba, bem perto da Recoleta. Para chegar podemos utilizar o metro da linha D e descer na estação Callao, ou ir de ônibus. Algumas das linhas que passam pertinho da livraria são: 10, 12, 108, 124 e 152. Prefere ir a pé? Então fique sabendo que a distância desde o Obelisco é de aproximadamente 15 quadras.
Mesmo para quem não é fã da literatura visitar a Livraria El Ateneo acaba sendo uma bela experiência. Você pode entrar, se perder entre milhares e milhares de livros e ainda contemplar com fascínio a beleza interior.
E o melhor de tudo, um passeio totalmente de graça que pode ser realizado todos os dias. O horário de atendimento é das 9.00 às 22.00 horas, de segunda a sábado. Os domingos abre as suas portas a partir do meio-dia.
Buenos Aires… a cidade do tango, da carne e do vinho. Centenas de churrascarias espalhadas pela cidade, esperando pacientemente os fregueses chegarem. De fato, em cada um dos 48 bairros portenhos existe pelo menos uma parrilla, isso é de lei. E nesse sentido Palermo Soho, o bairro favorito dos brasileiros, não fica nem um pouco atrás. Além da badalada e famosíssima La Cabrera, outra churrascaria renomada concorre em relevância e qualidade: a Parrilla Don Julio.
Praticamente a maioria dos turistas que visitam Buenos Aires fazem questão de conhecer as bondades da carne argentina. E se for com um bom vinho, melhor ainda.
A Parrilla Don Julio está localizada na esquina de Guatemala e Gurruchaga, mais precisamente em Guatemala 4691. Como acontece com a maior parte dos locais comerciais de Palermo Soho, funciona num antigo casarão todo reciclado. A ambientação é bem rústica, com tijolos a vista e madeira e um monte de garrafas de vinho nas prateleiras.
O interior oferece um salão principal com umas 12 mesas aproximadamente e ainda um pequeno mezanino no segundo andar. Na calçada também há uma meia dúzia de mesas, que em épocas de clima ameno resulta uma boa sacada. Em resumo, bem aconchegante.
O cardápio de Don Julio
Logo no começo, após uma taça de vinho espumante oferecida na entrada, chama a atenção a simplicidade do cardápio. É bem conciso, com os cortes de carne e pratos mais destacados e só. Acontece a mesma coisa com as sobremesas: as opções provavelmente não sejam muitas. O que por um lado pode ser uma surpresa, ao mesmo tempo acaba ajudando na hora de escolher. Você não vai demorar indefinidamente para fazer o seu pedido!
Os tipos de carne de boi disponíveis são o bife de chorizo (contrafilé), olho de bife, bife de alcatra, filé duplo, filé mignon e costela. Também tem carne de porco e frango. Se quiser, é possível pedir meia porção de qualquer uma das guarnições ou meia salada.
Na aérea dos vinhos a situação muda consideravelmente. A adega da Parrilla Don Julio é enorme e tem muito para escolher, sobretudo se você gosta de vinho tinto. As opções de Malbec e Cabernet Sauvignon são realmente inúmeras.
O pedido está na mesa…
A minha escolha foi das mais simples: um bife de chorizo com batatas fritas e uma salada mista. Sempre acho que num restaurante desconhecido o melhor é pedir o prato mais convencional, sem muitas exigências. Se a cozinha der conta do pedido numa boa, quer dizer que dá para pedir outros pratos mais sofisticados tranquilamente. Caso contrário, as coisas só podem piorar e a gente acaba se dando mal.
Não foi assim na Parrilla Don Julio. De jeito nenhum. O bife de chorizo largo foi servido realmente no ponto e bem suculento. Estava bem presentinho esse sabor característico das brasas, nada de ter sido grelhado na chapa. Grelha mesmo. As batatas fritas eram de verdade (coisa cada vez menos frequente hoje em dia) e a salada veio bem abundante, mesmo sendo meia porção.
Sobremesa? Com certeza, só que no lugar do tradicional pudim caseiro com doce de leite (um clássico portenho) pedi uma panqueca. Também com doce de leite, é claro. Resultado: estava tudo ótimo!
A Parrilla Don Julio é uma churrascaria para turistas ou não?
Considerando o tamanho do cardápio e (possivelmente) os preços, a primeira impressão seria essa: uma churrascaria apenas para turistas. O fato de estar em Palermo Soho, um bairro metade turístico metade boêmio pode ajudar na confusão. Os preços não são baixos e uma pessoa, dependendo da escolha, pode gastar tranquilamente 1 mil pesos sem beber vinho.
Logicamente, comer em Buenos Aires não está barato e às vezes fica difícil saber se estamos pagando o valor certo ou não. Mas numa churrascaria desta categoria podemos esperar que os preços estejam nesse patamar. Você vai pagar pela qualidade, pelo lugar e por ser bem atendido, o que não é pouco.
Fui um sábado a meio-dia e o ambiente estava meio dividido: turistas estrangeiros e comensais portenhos quase na mesma proporção. Nos finais de semana é recomendável reservar mesa, que pode ser feito através do site oficial da Parrilla Don Julio. Se não quiser reservar, então o melhor é chegar bem cedo. Meio dia em ponto ou antes das 21 horas, depois já fica mais difícil achar mesa e tem que esperar.
Seja para portenhos ou para turistas, a Parrilla Don Julio é uma ótima opção na hora de escolher uma churrascaria. Um local bonito, bem localizado e com um atendimento, oferecido por jovens e dinâmicos garçons (supervisionados pelo Maitre Daniel), muito eficiente e cordial.
Buenos Aires é uma cidade que combina o clássico e o moderno o tempo todo. Desde as tradicionais construções de séculos passados que abundam pelo centro até os novíssimos prédios de Puerto Madero. Tudo faz parte de um mix arquitetônico que acaba virando um dos padrões mais característicos da cidade. E um edifício que combina beleza e história é o Palácio Barolo, na Avenida de Mayo 1370, pertinho do Congresso.
Não se trata apenas de mais um prédio imponente entre centenas de outros longevos concorrentes. O Palácio Barolo brilha por luz própria, indo muito além da beleza das suas paredes, escadas, ornamentos e tudo mais. Seu dono foi o empresário italiano Luis Barolo e a criação foi confiada ao arquiteto, também italiano, Mario Palanti.
A história do Palácio, inaugurado em 1923, é uma das mais ricas e interessantes de Buenos Aires. A construção, iniciada em 1919, combina numerosos elementos da Divina Comédia, do célebre autor italiano Dante Alighieri. Porém, não faltam também diversas menções aos princípios da Maçonaria, ideologia compartilhada pelo arquiteto Mario Palanti e o próprio Barolo.
Originariamente foi planejado como edifício comercial, característica que conserva ainda hoje com mais de 500 escritórios comerciais para aluguel. Foi durante alguns anos o prédio mais alto de Buenos Aires, sendo ultrapassado pelo também suntuoso Edifício Kavanagh em 1935. Finalmente em 1997 foi declarado Monumento Histórico Nacional.
O Palácio por dentro: o inferno, o purgatório e o céu
Do mesmo jeito que a Divina Comédia, o Palácio Barolo está dividido em três partes: o inferno, o purgatório e o céu. O inferno abrange os andares inferiores e depois é a vez do purgatório, até o andar 16. Cadê o céu? Sim, acertou… está no topo, mas dele vamos falar daqui a pouco. Desde a hora em que você entra já é possível ficar de queixo caído com a singular beleza da entrada.
O Palácio possui uma altura de 100 metros e um total de 22 andares (mais dois porões). E muitas, mas muitas escadas. Felizmente existem nove elevadores, sendo que dois deles estão escondidos e eram de uso exclusivo do dono da propriedade. Continuando com as semelhanças com a Divina Comédia, 100 era o número de cantos e 22 as estrofes. Coincidência? Dificilmente…
O particular estilo arquitetônico mistura os períodos neorromântico e neogótico. A cúpula, de origem Hindu, completa a exótica combinação de estilos do Palácio Barolo. Abundam diversas e significativas frases em latim, todas elas referentes à obra de Dante Alighieri e ainda ingredientes da alquimia e da simbologia maçônica. Em resumo, uma miríade de elementos culturais!
A combinação desses componentes todos agregam ao Palácio Barolo um charme e uma mística difícil de resistir. Cada canto do majestoso edifício foi meticulosamente planejado e nada foi feito por acaso. Tudo tem um significado, seja evidente ou não.
Os últimos seis andares são realmente de difícil acesso, fazendo uma analogia com o esforço que deve ser feito na vida para ganhar um lugar de privilégio no céu. As escadas são bem empinadas e estreitas, o teto bastante baixo e até o ar parece ser meio escasso. Esse último percurso deve ser feito exclusivamente a pé e é de tirar, literalmente, o fôlego. Ou seja… alcançar o céu resulta mesmo um sacrifício!
A vista desde o topo do Palácio Barolo é espetacular e oferece uma visão panorâmica de boa parte da cidade. Contudo, a cereja do bolo é poder chegar até o Farol. Inicialmente, a função do farol era comunicar visualmente o porto de Buenos Aires e o Uruguai. De fato, o país vizinho tem uma versão quase idêntica do Palácio Barolo: o Palácio Salvo, em Montevidéu.
Visitas guiadas ao Palácio Barolo
As visitas guiadas têm uma hora e meia de duração e podem ser realizadas de segunda a sábado, menos as terças-feiras. Os horários são bem variados, podendo escolher entre a manhã, início da tarde ou ainda à noite. O agendamento prévio deve ser feito através de e-mail ou WhatsApp. Para maiores informações, visitar o site https://www.palaciobarolotours.com/
Não é um dos passeios mais divulgados, mas sinceramente fazer uma visita guiada ao Palácio Barolo vale muito a pena. Não é coisa de todos os dias conhecer um lugar com uma história tão particular e atraente. Além do mais está relativamente perto dos principais pontos turísticos de Buenos Aires.
Como chegar? O jeito mais simples é utilizando o metrô da linha A e descer na estação Saenz Peña. O percurso do metrô começa na Plaza de Mayo, na estação Catedral e a viagem dura menos de 10 minutos. Se quiser ir a pé são aproximadamente 10 quadras desde o Obelisco e apenas 4 da Avenida 9 de Julio.
Hoje inauguramos uma nova categoria no blog Brasileiros por Buenos Aires. Uma coluna onde você, prezado leitor, terá a chance de compartilhar com todos nós os detalhes da sua viagem por Buenos Aires. Sim, a partir de agora o leitor tem a palavra! Você poderá participar de um jeito mais dinâmico relatando as nuances da sua jornada pela terra do tango. No final do artigo explicamos bem como fazer, é bem fácil. Agora, começamos com o belo texto da Juliana Lavezo, que conta os pormenores da “minha experiência em Buenos Aires…”
Por Juliana Lavezo
Viajar para a Argentina sempre esteve nos meus planos. Há tempos pesquisava em sites e agências de viagem promoções e pacotes para conhecer a capital do país, a cidade do tango – Buenos Aires. Porém, tal ideia sempre foi adiada, seja por conta do orçamento apertado (não que a viagem seja cara, mas por conta dos imprevistos financeiros que sempre aparecem!) ou por acabar visitando outros lugares e protelando Buenos Aires.
Foi então que nas férias de 2017, mais especificamente em dezembro, planejei nossa viagem. Fomos em três: eu, meu namorado e um amigo. Em nosso pacote estava definido: primeiro dois dias e meio em Buenos Aires. E de lá seguiríamos viagem rumo à Patagônia Argentina, para a cidade de El Calafate.
Chegada
Cheguei em Buenos Aires como sempre chego em qualquer lugar que estou viajando: super animada! Vontade mil em conhecer lugares, bater perna e experimentar tudo o que a cidade tem a me oferecer.
O primeiro contato é com a língua. Ao longo da viagem de avião (super-rápida, diga-se de passagem) vim pensando que iria treinar o meu enferrujado espanhol! Logo você percebe que todo mundo se entende com o bom e velho portunhol. Desembarquei no Aeroparque Jorge Newbery ainda de manhã. Tinha fechado previamente com agência o transfer que nos levaria até o hotel Unique Executive Central, localizado no centro de BA.
Ao sair do aeroporto você logo se depara com o Río de la Plata – o mar de Buenos Aires. Essa já é a primeira impressão da cidade, seguida por tantas outras… nuances, contradições típicas como em qualquer lugar da América Latina.
Do nosso hotel podíamos ver um dos grandes atrativos do centro portenho – o Obelisco. Impera soberano, imponente na Praça da República, em meio à Avenida Corrientes e a grande Nove de Julho, que impressiona com seu tamanho e faixas largas. Para nós, brasileiros, é interessante ver os guardas de trânsito auxiliando no fluxo de pedestres e carros, mesmo com os semáforos.
Impossível não comparar os painéis reluzentes da Avenida Nove de Julho com os painéis da Times Square. E BA é muito isso, uma grande mistura cultural. Por onde você passa, claramente se sentirá em Paris, com seus inúmeros cafés e arquitetura clássica. Mas basta um mercadinho ou os famosos e acessíveis quioscos que vendem de tudo, para você perceber que está na América Latina.
Primeiro Dia, parte 1
O primeiro lugar que visitei foi o bairro da Recoleta, pois chegamos próximo ao horário do almoço e queríamos provar as famosas empanadas portenhas do ElSanjuanino (as melhores! Provem a de carne picante, nossa melhor pedida). O almoço rendeu boas empanadas, uma jarra grande de sangria geladíssima e um ótimo atendimento. Combo que nos fez voltar para o almoço do dia seguinte.
Saímos de lá e rodamos pelo bairro. Como era segunda-feira, nos deparamos com o Museu de Belas Artes fechado e seguimos então para a Faculdade de Direito, onde tiramos algumas fotos de sua fachada repleta de colunas.
A Recoleta foi um dos bairros que mais gostei, por causa de suas áreas verdes e diversas esculturas erguidas em todo bairro. Diga-se de passagem, BA é uma cidade que tem um apelo cultural fortíssimo e monumentos e esculturas são frequentemente vistos pelo centro e pelos bairros, como Palermo e Recoleta.
Cheguei a comparar esse cuidado em manter a história viva através de monumentos e esculturas da cidade com nossa São Paulo, onde o mesmo não ocorre. Nesse ponto perdemos feio para a capital portenha.
Floralis Genérica
Ao lado da Faculdade de Direito, fomos visitar outro ponto turístico da cidade, a Floralis Genérica, uma escultura metálica em formato de flor que, dependendo da hora do dia, suas pétalas se abrem e fecham. Antes de seguirmos até o hotel, paramos na Heladería Volta para nos refrescarmos tomando um belo sorvete.
Primeiro Dia, parte 2
Após o passeio pela Recoleta, descansamos um pouco no hotel, visto que chegamos do aeroporto e já saímos para passear. No final da tarde fomos em direção à Livraria El Ateneo, que fica dentro de um antigo teatro. Vale a pena a visita! A livraria já foi considerada a segunda mais bonita do mundo e você se perde em meio aos detalhes e as prateleiras de livros.
Meu namorado boquiaberto.
Infelizmente, por conta de um evento organizado pela OMS, as entradas para o Porto Madero estavam inacessíveis por carro. Sendo assim os taxistas não estavam chegando até lá e a opção de ir a pé não se mostrou viável, pois estávamos um tanto longe do bairro. Porto Madero ficou na lista da nossa próxima visita a BA!
Nesse tempo em que estivemos viajando pela Argentina pudemos acompanhar pela TV as manifestações da população contra as reformas propostas pelo governo Macri. Dias após nossa saída de BA uma manifestação popular fez adiar a votação da reforma da previdência, porém esta se concretizou dias mais tarde, resultando em uma paralisação geral da cidade (transportes, comércio, etc) onde tivemos nosso voo de volta para o Brasil cancelado.
À noite fomos comer na pizzaria Los Inmortales localizada próximo ao nosso hotel. O local é ricamente ornamentado com fotos antigas que dão um ar retrô ao restaurante, mas a pizza, cá para nós, deixa a desejar. Nesse quesito, nós brasileiros, mandamos melhor!
Segundo Dia, parte 1
No nosso segundo dia em BA fizemos o city tour oferecido pela agência que fechamos a viagem. Como tínhamos pouco tempo na cidade e o city tour passava por vários pontos turísticos que acabava sendo distantes uns dos outros, achamos que compensaria fazê-lo.
Passamos pelo bairro já conhecido por nós no dia anterior, a Recoleta. Depois Palermo (que conheci apenas dentro do ônibus da empresa, uma pena!) e seguimos para o centro da cidade.
No centro da capital pudemos conhecer a famosa Casa Rosada, a Catedral Metropolitana (onde entrei e gastei maior parte do tempo porque sou a louca das igrejas!) e o Cabildo. De lá passamos por San Telmo (que pude conhecer apenas através da janela do ônibus). E finalmente chegamos até La Boca, onde descemos para nos encantarmos com as casinhas coloridas do Caminito.
O bairro La Boca.
Uma parada breve nas lojinhas de souvenirs, outra na Havanna e você se depara com gente de todo tipo. Artistas vendendo sua arte, músicos em restaurantes tornando sua passagem por ali ainda mais especial.
A típica foto de casal no Caminito.
Segundo dia, parte 2
Ao chegarmos do city tour fomos novamente para a Recoleta, pois me faltava conhecer o Museu de Belas Artes! Antes, almoçamos novamente no El Sanjuanino (como disse acima) e depois seguimos para o museu. Sou apaixonada por arte e estar nesse museu foi para mim uma experiência excepcional.
Um museu grandioso, com obras de arte de artistas renomados, minha visita ali foi incansável. Renoir, Toulouse-Lautrec, Miró, Monet, Rodin… estar frente a frente com obras de artistas como estes é impagável.
A escultura El beso, de Rodin.
Antes de retornarmos ao hotel, fomos à Calle Florida e à Galeria Pacífico, onde, além de batermos pernas, compramos os deliciosos alfajores da Cachafaz (na minha opinião, os melhores!).
À noite fomos jantar no restaurante La Churrasquita na avenida Corrientes, pertinho do nosso hotel. Queríamos experimentar o famoso bife de chorizo argentino! A comida e o atendimento foram excelentes.
Terceiro e último dia
O nosso último dia (tínhamos apenas meio dia, pois nosso voo sairia após o almoço) em BA nos reservou um passeio para fechar com chave de ouro! Pertinho do nosso hotel está localizado o magnífico Teatro Colón e foi para lá que seguimos. Fizemos uma visita guiada pelo teatro e tivemos o privilégio de assistir a uma parte de um ensaio de uma ópera que iria ocorrer à noite. E que acústica era aquela!
O magnífico Teatro Colón – compensa a visita.
Vale lembrar que a maioria dos nossos passeios foram feitos a pé. Usamos táxi apenas uma vez e o transporte do City Tour da agência. Os lugares que visitamos eram possivelmente fáceis de serem percorridos andando. Sem contar que é a melhor forma de se conhecer a cidade!
Nos despedimos de BA assim: querendo mais. Com vários passeios pendentes e lugares que não tivemos tempo hábil para conhecer. Mas que, sem dúvida alguma, ainda conheceremos, pois pretendemos voltar.
O final da minha experiência em Buenos Aires
Talvez para qualquer viajante tais coisas sejam triviais, até mesmo sem graça. Afinal, você enfrenta caminhadas, clima instável, cansaço, gente por todo lado e o insistente relógio que não para. O tempo pode estar contra ou a seu favor. Isso irá depender do seu planejamento e do seu ritmo na viagem.
A viagem se faz em várias etapas: o planejamento, a viagem em si e as memórias que ficam. Nestas, as fotos se materializam e escrever tornam essas memórias ainda mais vivas em mim. Como disse, para qualquer viajante tais coisas podem ser observadas e se tornarem passageiras. Mas é preciso senti-las e de modo tal que estas percepções façam parte de você. Uma vez que elas se corporificam, não há como esquecer.
Cada viagem é única porque é também uma viagem interior. É uma experiência própria, pessoal. Por isso é tão compensador viajar! Por isso concordo com a máxima de que viajar não é despesa, mas investimento. Você investe em você. Cresce como ser humano, conhece a si e fora da caverna, como a metáfora de Platão.
Quero contar como foi a minha experiência em Buenos Aires!
Se você gostou da ideia e deseja compartilhar as lembranças da sua viagem com a comunidade de Brasileiros por Buenos Aires, o procedimento é muito simples. Só precisa enviar o seu texto (se quiser pode mandar fotos também) para o e-mail brasileirosporbuenosaires@gmail.com
Não perca a oportunidade de mostrar ao mundo sua experiência, opinião e comentários sobre a sua viagem pela capital da Argentina. Deixe fluir a inspiração e mande o seu texto… a sua experiência pode ser de uma enorme importância para outros leitores que, como você já fez em algum momento, estão planejando e desejando visitar Buenos Aires pela primeira vez.
Aqueles adoradores do Rock Sinfónico dos anos 70 já podem celebrar. Sim, o grande mestre dos teclados está de volta. O Rick Wakeman, famoso por ter sido várias vezes membro do grupo Yes regressa a Buenos Aires. O músico inglês vai se apresentar nada menos que no mítico Teatro Colón no próximo 2 de março de 2018. Será parte de um festival de nove dias no famoso teatro portenho.
Com 50 anos de carreira e uma lista infinita de discos gravados, o gigante loiro começou como músico de sessão. Seu talento foi aproveitado por estrelas como David Bowie, Elton John e Cat Stevens, entre outros. Logo em seguida trocou a vida de músico de estúdio e fez parte do grupo Strawbs no final da década de 1960.
Mas sem dúvida foi no Yes, a partir de 1971, onde o Rick Wakeman alcançou fama e reconhecimento mundial. Ainda na banda, começou uma carreira solo que foi a vitrine da sua inesgotável inspiração. De fato, o britânico já tem acima de uma centena de discos publicados apenas como solista.
O criador de obras imortais como Viagem ao Centro da Terra e As Seis Esposas de Enrique VIII já esteve na Argentina em diversas oportunidades. A sua primeira vez em Buenos Aires foi em 1981 apresentando o disco conceitual 1984.
O Rick no Brasil
No Brasil ele esteve vários anos antes, mais precisamente em dezembro de 1975. Tempos difíceis onde os shows de Rock Internacional eram bem raros. Foram ao todo sete shows inesquecíveis nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Com orquestra sinfônica e tudo. Nessa época o disco recentemente lançado era Lendas e Mitos do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.
No Rio, o Rick aproveitou para conhecer o famoso bandido inglês Ronald Biggs (que na época morava em Santa Teresa). Mas também ofereceu ao público brasileiro uns shows brilhantes com material dos seus três primeiros discos. Toda uma revolução.
Dono de um estilo simplesmente único, o virtuoso Rick Wakeman é uma figura indiscutida dentro e fora dos palcos. A sua habilidade com as teclas é proporcionalmente direta ao seu senso de humor. Sua última viagem ao Brasil foi em 2014, se apresentando em Belo Horizonte, São Paulo, Rio, Curitiba e Porto Alegre.
Festival Únicos: Joan Manoel Serrat, Il Divo, Rick Wakeman e outros artistas
O Festival Únicos começa no Teatro Colón de Buenos Aires o próximo 21 de fevereiro e vai até o 2 de março. O espetáculo organizado no famosíssimo teatro irá juntar importantes figuras da música internacional. A seleção de artistas é bem eclética e inclui o espanhol Joan Manoel Serrat e o quarteto Il Divo, além das mais renomadas vocalistas femininas da Argentina. O Tango também estará presente o 23 de fevereiro da mão do argentino Jairo.
Aos 68 anos, Wakeman vai se apresentar na última jornada do Festival, na sexta-feira 2 de março às 19 horas. E nada menos que no Teatro Colón, um lugar sonhado pela maioria dos grandes músicos do mundo. A sua discografia contém acima de 100 discos como solista, sem contar as gravações com o Yes nem outros artistas.
Se você curte aquele Rock progressivo de algumas décadas atrás não pode perder essa chance. Rick Wakeman em Buenos Aires e ainda no Teatro Colón não é coisa de todos os dias!
Viajando a Buenos Aires com a Azul desde Navegantes
O sul brasileiro é um dos destinos mais procurados pelos turistas argentinos, especialmente as praias catarinenses. No verão, Florianópolis, Balneário Camboriú e (ultimamente) Palmas costumam ficar lotadas pelos hermanos, que escapam das menos atraentes praias argentinas. Com isso em mente, a empresa Azul agregou em dezembro de 2017 um novo voo na sua programação. A novidade comunica o litoral de Santa Catarina com Buenos Aires. Mais precisamente o aeroporto de Navegantes Marcos Konder com o aeroporto de Ezeiza.
A proposta serve também para todos os moradores da região que procuram uma opção mais favorável ao invés de sair desde Floripa. Para aqueles que, como eu, fazemos a “ponte Santa Catarina – Buenos Aires” frequentemente durante o ano o trecho resulta bastante conveniente. Não é a mesma coisa ir até Navegantes que ter que atravessar a BR-101 até a capital do estado. Menos ainda durante a temporada de férias.
Até agora nunca tinha viajado pela Azul. Sempre viajo pela Gol (que conta com muitos voos diferentes) ou, em algumas ocasiões, Aerolíneas Argentinas. Latam nem sempre vale a pena no meu caso por não ter um voo direto e ter que ir, obrigatoriamente, até São Paulo e depois descer até SC. Logo, a possibilidade de viajar a Buenos Aires com a Azul desde Navegantes meu pareceu tentadora.
Voos diretos para Buenos Aires durante a temporada
Logicamente na hora de escolhermos uma passagem o preço dela aparece como uma das prioridades. Após uma rápida comparação com as outras empresas, o valor foi bem mais em conta (um 40% menor). Mesmo com a franquia de 23 kg na bagagem foi muito mais econômico, o que não é pouca coisa. Não sei se levei sorte ou não, mas essa foi a primeira vantagem além de se tratar de um voo direto.
A compra pela internet foi bem rápida e simples, após um breve cadastro. O check-in, também feito online, só foi possível exatas 24 horas antes da viagem, mas deu tudo certo.
Pelo que entendi, essa opção Navegantes – Buenos Aires estaria disponível apenas durante a temporada (até o início de março). Depois, durante o resto do ano a Azul continuaria oferecendo os acostumados voos com duas conexões (!!!). Ai a coisa ficaria mais complicada, embora isso ainda não esteja totalmente confirmado. Dependendo da demanda poderão adicionar voos semanais ou até com uma frequência maior, ou não.
Como é o voo
A duração foi exatamente de duas horas e cinco minutos (20 minutos menos do esperado), o serviço de bordo foi eficiente e gentil e o avião, mesmo sendo um pequeno Embraer 195 era confortável.
Agora, a austeridade de todas as empresas aéreas na hora das refeições também atinge a Azul Linhas Aéreas. Uma aeromoça passa primeiro perguntando a cada passageiro qual a bebida desejada. Em poucos minutos chega o lanchinho contendo salgadinhos, bolachas e a bebida solicitada, sem ter que pagar nada.
Depois, para completar, chega um cafezinho (sempre bem-vindo). Nada de luxos. Porém, para falar a verdade, num voo tão curto as minhas exigências não são muito grandes nesse quesito. Contudo, considerando os preços atuais das passagens aéreas, a gente tem direito a receber alguma mordomia!
Em questões de entretenimento durante o voo, a Azul Linhas Aéreas traz uma alternativa interessante. Hoje em dia as telinhas nos assentos não resultam uma surpresa para ninguém. Só que a coisa boa é que a Azul oferece 40 canais de TV (gentileza da Sky), o que ajuda bastante durante a viagem. Basta solicitar os fones de ouvido e fazer a sua escolha na tela táctil e pronto. Não há internet, mas poder assistir televisão e com tantos canais já quebra o galho e o voo passa rápido.
A minha impressão foi boa e fiquei satisfeito com a chance de poder viajar a Buenos Aires desde Navegantes. Vamos ver se a Azul consegue manter a proposta ou não. Os moradores do litoral catarinense, do Vale do Itajaí e muitos turistas argentinos vão ficar agradecidos.