Categoria: Costumes

  • Carnaval na Argentina – o que fazer

    Carnaval na Argentina – o que fazer

    Carnaval na Argentina – o que fazer

    Não, aqui em Buenos Aires não tem aqueles desfiles espetaculares como no Brasil. Muito menos Sambódromo ou a Rede Globo atormentando os lares com essas transmissões de TV que parecem nunca acabar. O Carnaval na Argentina é bem diferente e na verdade a maior semelhança é que acontece durante as mesmas datas. Fora disso, tudo muda e de uma maneira considerável.

    O Carnaval é só brasileiro? É claro que não, e mesmo sendo sinônimo de muita festa, bagunça e cerveja, trata-se de uma celebração religiosa.

    Antigamente o Carnaval era bastante popular em Buenos Aires. Na época, o desfile mais famoso e esplêndido era realizado na Avenida de Mayo. Sim, aquela da Casa Rosada e o Café Tortoni. Mas nos subúrbios também tinha muitos festejos. Em quase todos os bairros existiam os chamados “corsos” e a vizinhança se juntava alegremente. O trânsito era cortado e todo mundo saia das suas casas e ficava festando nas ruas. Música, confete de papel colorido, espuma em aerossol e um detalhe muito particular: estourar balões cheios de água nos outros. A brincadeira da criançada (e de muitos marmanjos também) era jogar esses pequenos balões nas pessoas e deixá-las molhadas.

    Com o tempo esse costume foi se perdendo até sumir quase por completo. Só na última década que os portenhos recuperaram o hábito de celebrar a tradicional festa de verão. Desse jeito, o Carnaval na Argentina estava de volta.

    Quando se celebra o Carnaval?

    Uma dúvida muito habitual: quando se celebra o Carnaval? Isso muda todos os anos, mas a data resulta a mesma em todos os países. Esse ano as festas vão ser entre os dias 10, 11, 12 e 13 de fevereiro. Tudo depende de quando se festeja a Páscoa. O Domingo de Páscoa sempre ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia do outono (21 de março). Baseado nesse acontecimento, a terça-feira de Carnaval acontece 47 dias antes da Páscoa. Você sabia disso?

    Carnaval na Argentina (Foto: Kevin Jones)

    Qual é o Carnaval na Argentina mais famoso?

    Não, nada de Puerto Madero nem da calle Florida. Palermo Soho? Menos ainda. O Carnaval na Argentina mais famoso acontece na cidade de Gualeguaychú, na província de Entre Ríos. A mesma está localizada uns 230 quilômetros da capital argentina. Com muito brilho, mulheres bonitas e uma produção bem caprichada é o mais parecido com o Carnaval brasileiro.

    Carnaval na Argentina, Gualeguaychú (Foto: Kevin Jones)

    Logo em seguida vem o Carnaval de Corrientes, no estado vizinho do mesmo nome. E não é menos famoso que o de Gualeguaychú: de fato, a cidade de Corrientes foi declarada a Capital Nacional do Carnaval. Só que Corrientes não fica nada perto: mais de 900 km a separam de Buenos Aires.

    O que fazer em Buenos Aires durante o Carnaval

    Se você, querendo ou não, escolheu essas datas para visitar Buenos Aires e só agora descobre que vai chegar justamente durante o Carnaval, não precisa se preocupar. Para começar… quando é feriado em Buenos Aires por causa do Carnaval? Apenas os dias 12 e 13 de fevereiro, sempre segunda e terça-feira.

    Mas não pense que a cidade fica totalmente paralisada por causa disso, Buenos Aires não é o Rio de Janeiro. Fecham os bancos, casas de câmbio, etc. Algumas lojas comerciais também fecham, outras não. Porém, boa parte dos bares, restaurantes, transporte público e demais atrações turísticas funciona praticamente com normalidade. A dica é confirmar isso com antecedência antes de agendar alguma atividade ou passeio para evitar contratempos.

    Carnaval na Argentina (Foto: Tigre Municipio)

    Quase todos os bairros da cidade de Buenos Aires organizam desfiles (murgas), onde se apresentam as diversas comparsas (equivalente portenho das escolas de samba). Costumam começar no finalzinho da tarde e vão até meia noite ou ainda mais. Contudo, não espere aqueles desfiles típicos do Brasil: em Buenos Aires tudo é bem mais simples, mas vale a pena conhecer!

    Pensa viajar a Buenos Aires e quer curtir um verdadeiro show de tango, com jantar, bebidas livres e traslado ida e volta incluídos? Então não perca mais tempo… a sua solução acabou de chegar!!!

    E o clima? No mês de fevereiro faz bastante calor, então se prepare para suportar altas temperaturas. Roupas e calçado bem leves e simples, muita água… e ler o nosso artigo O clima de Buenos Aires, mês a mês! Saiba o que levar na mala e evite surpresas. O Carnaval na Argentina está se aproximando…

  • A gorjeta nos restaurantes portenhos, aquela inimiga dos turistas brasileiros

    A gorjeta nos restaurantes portenhos, aquela inimiga dos turistas brasileiros

    A gorjeta nos restaurantes portenhos, aquela inimiga dos turistas brasileiros

    Se existe uma coisa que provoca confusão e até irritação nos turistas brasileiros que visitam Buenos Aires é a gorjeta. Sim, aquele dinheirinho a mais que você deve deixar (se quiser) aos garçons dos bares e restaurantes da cidade.

    Para os portenhos trata-se de um hábito totalmente normal e não só quando vão comer fora ou tomar um cafezinho.

    Em Buenos Aires é normal dar uma gorjeta quando você vai num posto de gasolina para abastecer o seu carro. Também quando você recebe em casa o pedido do supermercado (mesmo que uma taxa de entrega seja cobrada). Ou até quando o zelador do prédio aonde você mora vai ao seu apartamento para fazer um conserto menor. Isso tudo faz parte do cotidiano dos moradores de Buenos Aires.

    No Brasil, contudo, as coisas são um pouco diferentes. Só é aprovado o 10% na conta do restaurante e fim de papo. Mais nada.

    A gorjeta nos restaurantes portenhos não tem nada de novidade.

    A prática começou no início do século passado, mas depois foi proibida e no seu lugar apareceu o laudo gastronômico. Segundo a história, isso aconteceu em 1946 durante o primeiro governo do General Juan Perón. Pagar o laudo era obrigatório e representava nada menos que os 22% do total da notinha! No começo gerou controvérsias, sim, mas desafiou firme e forte o passar do tempo.

    Porém, na época da ditadura militar argentina o laudo gastronômico desapareceu (em 1980) e a gorjeta voltou. Ironias do destino: o que um General decretou, outro colega revogou anos depois.

    A gorjeta versus a taxa de serviço: quais são as diferenças

    Se você é daqueles que prestam atenção quando a conta chega à sua mesa, então já ouviu falar da taxa de serviço. Geralmente é um valor fixo e por pessoa, não uma porcentagem do total do que você gastou. Cada estabelecimento determina o valor que considera apropriado.

    A gorjeta, bares

    Nessa taxa são incluídos, segundo os próprios donos dos restaurantes, alguns dos serviços essenciais oferecidos. Quais serviços? As toalhas de mesa, os guardanapos de pano, aquela cestinha de pão que o garçom traz sem você pedir, etc.

    Tudo tem um preço, não há maneira de escapar disso. As mordomias são colocadas na taxa de serviço, conhecida também como “servicio”, “servicio de mesa”, “cubierto” e nomes semelhantes.

    Vamos ver algumas curiosidades. Você sabia que o serviço cobrado deve incluir 250 ml de água, pão, pão para celíacos e sal sem sódio? Não? E que a taxa também não pode ser cobrada aos menores de 12 anos? Nossa, onde está escrito isso? Na Lei de Nº 4.407/12 da Legislatura Portenha. Poucos comensais estão cientes desses detalhes, mas você que está lendo esse artigo já leva uma boa vantagem!

    Não tem nada a ver com a gorjeta, que em espanhol é chamada de “propina”. São duas coisas diferentes: a taxa de serviço vem dentro da conta. A gorjeta não e é totalmente opcional. Paga quem quiser e quanto quiser. Em teoria, uma gorjeta “justa” equivale aos 10% do que você consumiu. Mas isso pode aumentar ou diminuir dependendo do grau de satisfação do cliente. E do dinheiro que tiver no bolso também.

    A gorjeta, garçom

    Conclusão: a gorjeta vai parar no bolso do garçom (e dos empregados da cozinha). Já a taxa de serviço vai direto à caixa registradora do dono. Para pagar os gastos? Vamos acreditar que sim.

    E a gorjeta nas casas de Tango?

    Aqui as coisas mudam consideravelmente. Até agora entendemos que a gorjeta pode ser dada sempre que o cliente estiver satisfeito com o atendimento recebido. Que seja a décima parte do valor gasto, um pouco a mais ou a menos, é decisão do freguês. Nenhum garçom tem autoridade para determinar essa porcentagem. Só que na maioria das casas de tango os próprios funcionários fazem questão de lembrar ao visitante da “propina”. Ou pior ainda: fixar o valor dela.

    A gorjeta, show de tango (Foto: Geoff Livingston)

    Quer conhecer outro detalhe curioso?  Segundo o Convênio de Trabalho dos empregados gastronômicos, a gorjeta… não está permitida. Por quê? Para evitar que esse dinheiro seja considerado como remunerativo entre os empregados. Ou seja, para que a gorjeta não seja parte do salário do funcionário.

    Quer visitar em primeira mão os pontos de visitação mais relevantes de Buenos Aires sem ter que perder seu valioso tempo organizando o roteiro? Conheça a ampla variedade de passeios disponíveis e aproveite para descobrir o melhor da cidade!!!

    Então, o que fazer? Os ingressos para um show de tango com jantar podem custar perto de 100 dólares por pessoa, e mais também. Não é culpa do cliente se nesse valor não estão incluídos os serviços do garçom nem da cozinha. Logo, ninguém gosta muito de ser lembrado que tem que deixar uns bons trocados após ter pagado a sua entrada. A falta de diplomacia em alguns casos pode ser chocante e infelizmente isso acontece com frequência.

    4 coisas que você deve saber

    • A diferença entre a taxa de serviço (incluída na conta) e a gorjeta (não é obrigatória).
    • A taxa de serviço não contempla o trabalho dos garçons nem o pessoal da cozinha.
    • Pagar gorjeta não é obrigação. O cliente deixa uma gorjeta quando está conforme com o tratamento que recebeu. 10% é o acostumado, mas isso não é uma regra escrita.
    • E o mais importante: ninguém pode forçar um freguês a pagar a gorjeta. Um garçom atencioso e educado sempre vai ter maiores chances de receber um dinheiro extra pelo seu trabalho.
  • 7 Características dos portenhos que você deve conhecer

    7 Características dos portenhos que você deve conhecer

    7 Características dos portenhos que você deve conhecer

    Além dos inúmeros pontos turísticos e atrações que Buenos Aires oferece a todos os seus visitantes, existe outro fator que provoca curiosidade e, talvez, até polêmica: seus próprios habitantes, os portenhos. Apreciados por alguns, discutidos por outros (mas nunca ignorados), os naturais da capital argentina se diferenciam notoriamente dos brasileiros em vários sentidos.

    Contudo, e do mesmo jeito que no Brasil, existe uma diferença considerável no comportamento entre os moradores da cidade e aqueles que moram no interior do país. Todo aquele viajante que haja tido alguma vez a possibilidade de conhecer outras regiões da Argentina, com certeza terá notado uma atitude mais afável e hospitaleira nas pessoas.

    Mas, calma… também não é questão de sair correndo, cancelar as passagens e procurar outro destino para viajar! No lugar disso, melhor conferir conosco uma pequena lista com algumas das características dos portenhos que mais podem chamar à atenção, principalmente daqueles que viajam para Buenos Aires pela primeira vez.

    • Têm fama de serem meio revoltados, reivindicando logo perante qualquer situação que possa parecer adversa: uma atitude que para muitos pode ser correta. Mas às vezes provoca contratempos a aqueles que pouco ou nada têm a ver com o que está acontecendo (manifestações, piquetes, greves, etc.).
    • Historicamente, a elegância masculina tem sido um motivo de destaque dentro da sociedade de Buenos Aires. Os ilustres cidadãos sempre tiveram o hábito de circularem bem vestidos pelas ruas (principalmente no micro centro, o coração financeiro da cidade). Mas os tempos e as tendências foram mudando e hoje em dia os moradores têm adotado um estilo muito menos rígido no seu vestuário. Porém, ainda é possível ver homens de terno e gravata (e com aqueles sobretudos, no inverno) indo trabalhar.

    (Foto: Gustavo Gomes)

    Caracteristícas dos portenhos (Foto: Gustavo Gomes)

    • Já a moda feminina apresenta outros matizes. As mulheres jovens aparentam serem menos vaidosas em relação às brasileiras. Mesma coisa com as adolescentes, que mostram um visual visivelmente descuidado. Pode ser o resultado de uma tendência casual demais, mas pelo menos nesse sentido as diferenças entre as mulheres de ambos os países são evidentes. As mulheres a partir dos 30 ou 35 anos preferem um estilo mais clássico, elegante e melhor cuidado.
    • Um dos assuntos mais relevantes, e que aqui neste blog sempre tentamos ressaltar, é o típico atendimento oferecido na capital da Argentina. Seja com os turistas ou bem entre eles mesmos, o ar de indiferença e displicência é um elemento habitual na conduta de todos os dias. No entanto, não é tão simples determinar o motivo ou origem dessa prática tão peculiar.

    (Foto: Estrella Herrera)

    Características dos portenhos (Foto: Estrella Herrera)

    Diferente do povo brasileiro, a gente em Buenos Aires frequentemente mostra uma atitude mais séria, formal e até distante (ou seja, com cara de poucos amigos). Totalmente oposto ao acostumado comportamento descontraído e mais latino dos habitantes de qualquer região do Brasil.

    Para alguns, isso pode ser o resultado herdado da imigração europeia que chegou no início do século XX (principalmente imigrantes italianos e espanhóis). Para outros, é uma questão simplesmente genética: já a típica figura do compadrito ou malevo (o malandro no ambiente do tango) transmite uma postura meio petulante ou talvez irreverente.

    Quer conhecer em primeira mão os pontos de visitação mais relevantes de Buenos Aires sem ter que perder seu valioso tempo organizando o roteiro? Descubra a ampla variedade de passeios disponíveis e aproveite para descobrir o melhor da cidade!!!

    Porém, o enigma continua: os portenhos são arrogantes? Provavelmente sim, mesmo que seja um pouco e por orgulho natural.

    • A galantaria, verdadeira ou forçada, é outra das mais notórias características dos portenhos. O acostumado verso ou chamuyo (papo furado) para iniciar uma possível conquista nunca falta. Mas em geral, o homem em Buenos Aires sempre foi, e ainda é, atencioso e gentil com as mulheres.
    • Adoram os brasileiros mais do que a qualquer outro turista estrangeiro. Sim, não é um exagero nem um mito. Embora quem esteja vindo do Brasil pense o contrario, os argentinos sentem um grande aprecio e admiração pelo país vizinho.

    É só questão de não falar muito de futebol (mais ainda depois da última Copa do Mundo, onde a sensibilidade dos dois países ficou um pouco sentida). E na hora, os anfitriões tentam improvisar um portunhol e desse jeito, agradar e ganhar a confiança do visitante.

    • O popular cafezinho de Buenos Aires: o motivo sempre presente para um encontro casual ou planejado. A companhia que não falta jamais numa conversa entre amigos, uma reunião de trabalho, para começar uma paquera ou simplesmente ler o jornal.

    Cafezinho, características dos portenhos (Foto: Patricio Espigares)

    Se no Brasil qualquer desculpa é boa para beber um chopinho ou uma cerveja bem gelada, os portenhos escolhem a tradicional infusão matinal para iniciar uma conversa. Lugares para isso que não faltam: não é a toa que no centro de Buenos Aires há um café em quase todas as esquinas!

    E para finalizar, como bônus, compartilhamos com vocês um interessantíssimo vídeo realizado e publicado por nossos colegas do Aires Buenos Blog: uma entrevista ao prestigiado jornalista argentino – brasileiro Ariel Palacios, quem define, com bastante sabedoria, a idiossincrasia argentina.  Vale a pena assistir a reportagem (dividida em duas partes), que ajuda a entender melhor o às vezes intrigante comportamento dos hermanos.

    Originalmente publicado por Aires Buenos TV

    Utilizado com a autorização do autor

  • Tango, a música do Río de la Plata

    Tango, a música do Río de la Plata

    Tango, a original música do Río de la Plata

    As primeiras manifestações do que tempo depois seria chamado de Tango, começaram aparecer em 1880 na beira do Rio de la Plata. Era uma mistura de milonga, musica cubana e até musica negra. De fato, na língua africana chamava-se tango ao lugar onde eram reunidos os escravos para depois serem traficados. Poderia se dizer, então, que era a resposta porteña ao candombe (musica de negros) que já estava se desenvolvendo no país vizinho do Uruguai.

    Conheça com detalhes a história da cidade de Buenos Aires.

    Era inicialmente um tipo de musica machista, de homens solitários que dançavam entre eles. Como só era tocado nos bordéis e lugares de duvidosa reputação, as únicas mulheres que na época dançavam o Tango eram as prostitutas; o que foi fazendo do estilo uma dança abertamente sensual, com evidente contato corporal. Desse jeito, nos seus primeiros anos de vida,  foi considerado um tipo de musica proibida e marginal.

    Os primeiros exemplos

    As primeiras letras, totalmente improvisadas, eram obscenas e descreviam a presença do “compadrito” (malandro). Uma imagem que pode resumir rapidamente a essência do Tango argentino é a figura do “compadrito” encostado numa esquina de bairro qualquer, de olhar torto e ajeitando seu chapéu.

    Tango em Buenos Aires
    O Tango, um dos símbolos da cultura argentina

    Era um estilo interpretado por bandas de músicos limitados tecnicamente e de escassos conhecimentos teóricos e os trios estavam conformados por flauta, violino e violão; só anos depois apareceu o bandoneon (de origem alemã). Desde os botecos da beira do Riachuelo, entre marinheiros, trabalhadores do porto, imigrantes e prostitutas, a dança ingressou no século XX.

    No século XX

    Gradualmente foi se espalhando entre os salões de baile, academias e bares até ser finalmente aceito pela sociedade. Foi exportado á Europa e depois de 1910 o Tango virou sucesso na França. Já nos anos 20 entra nos elegantes Cabarés de Buenos Aires e as letras das musicas começaram a mudar.

    O primeiro letrista foi Pascual Contursi (1920) que, incluindo palavras da gíria porteña (o denominado “lunfardo”) nas suas nostálgicas letras, descrevia a dor pela mulher perdida, o passado e a figura materna. Outros poetas igualmente talentosos seriam Enrique Santos Discépolo, Alfredo Le Pera e Cátulo Castillo.

    Nos anos 30 começaram aparecer orquestras formadas por músicos de grande valor, sendo Juan D’Arienzo (apelidado o Rei do Compasso) um dos mais notáveis. Outros músicos célebres que surgiram depois foram Osvaldo Pugliese, Aníbal Troilo e Astor Piazzolla.

    Não deixe de visitar o tradicional Café Tortoni, onde é possível sentir a essência do Tango.

    Nos anos 60 a dança perde popularidade ante a aparição de outros estilos musicais, mas no final do século passado experimenta um ressurgimento principalmente entre as gerações mais jovens. Hoje em dia existem em Buenos Aires numerosas academias onde é possível aprender dançar o Tango.

    Alguns nomes emblemáticos

    Carlos Gardel, nascido entre 1887 e 1890 foi o cantor mais conhecido. Seu lugar de nascimento foi sempre motivo de duvida (nunca ficou claro se nasceu na França ou no Uruguai) e a sua carreira começou em 1912 até a sua morte, o 24 de junho do ano 1935 num acidente de aviação em Medellín, Colômbia.

    O bandoneón é o instrumento característico do Tango
    O bandoneón é o instrumento característico do Tango

    Enrique Santos Discépolo (1901-1951) foi um escritor, compositor e autor de alguns dos títulos mais famosos: “Cambalache” e “Cafetín de Buenos Aires”.

    Pensa viajar a Buenos Aires e quer curtir um verdadeiro show de tango, com jantar, bebidas livres e traslado ida e volta incluídos? Então não perca mais tempo… a sua solução acabou de chegar!!!

    Alfredo Le Pera: letrista, escritor, jornalista e parceiro inseparável de Carlos Gardel, foi o autor da maioria das letras dos tangos de Carlos Gardel.  Nascido originalmente em Brasil no ano 1900 e radicado em Buenos Aires, morreu junto com Gardel no mesmo acidente de avião em 1935.

    Aníbal Troilo: apelidado de “Pichuco” foi um grande musico e interprete do bandoneon. Autor da música “Sur” além de muitos outros, foi um dos compositores de maior influencia nas gerações seguintes.

     

  • Rugby Argentino, a outra paixão esportiva

    Rugby Argentino, a outra paixão esportiva

    Rugby Argentino, a outra paixão esportiva

    Pelé ou Maradona? Messi ou Neymar? Não, não vamos falar de futebol, um dos motivos de maior rivalidade entre argentinos e brasileiros. Os hermanos têm também outro esporte que adoram e acompanham: é o rugby, uma atividade que no Brasil também vem crescendo em popularidade nos últimos tempos.

    O rugby teve suas origens em Buenos Aires no ano 1875, trazido da Inglaterra. Mas foi preciso esperar 25 anos até os primeiros campeonatos começarem. Foi associado inicialmente às classes sociais mais altas, o que de alguma maneira impediu que fosse considerado um esporte popular. De fato, desde cedo, foi praticado nos colégios privados mais seletos da cidade.

    Diferente do futebol, profissional e massivo, o rugby sempre foi um esporte amador com maior aceitação nos bairros mais distinguidos. É por isso que para muitos, a cidade de San Isidro é a capital do rugby argentino.

    rugby argentino, los pumas

    Liga de rugby de Buenos Aires

    Em Buenos Aires existem mais de 80 equipes que participam dos torneios dependentes da URBA (União de Rugby de Buenos Aires). Atualmente o campeonato conta com 85 times, divididos em sete grupos.

    O grupo principal, chamado de Top 14, reúne as 14 equipes portenhas melhor posicionadas. Algumas delas são Club Atlético San Isidro (C.A.S.I), San Isidro Club (S.I.C), Club Universitário de Buenos Aires (C.U.B.A) e Hindú (o último campeão).

    Comprou um pacote turístico e pensa ficar em Buenos Aires só por alguns dias? Não sabe que lugares visitar? Veja como conhecer Buenos Aires em três dias.

    Los Pumas, representantes do rugby argentino

    rugby argentino é representado internacionalmente pela sua seleção, apelidada de Los Pumas (levam esse nome desde 1965)Conhecidos e respeitados mundialmente pela sua garra e espírito de luta, a equipe nacional já se enfrentou em igualdade de condições contra os melhores times do mundo.

    Mesmo sem chegar exatamente ao mesmo nível das seleções Top (com os All Blacks da Nova Zelândia, os Wallabies australianos ou os Springboks sul-africanos), Los Pumas são sempre um sinal de perigo para qualquer adversário.

    Suas conquistas internacionais mais importantes foram seu meritório terceiro lugar na Copa do Mundo da França de 2007, e a segunda posição no Mundial de Rugby 7 do ano 2009 de Dubai. Na sua apresentação em 2007 Los Pumas tinham 23 dos seus 31 jogadores jogando na liga européia de rugby.

    (Foto: Gobierno)

    Rugby argentino, Buenos Aires

    Jogadores argentinos mais destacados

    • Hugo Porta: foi o primeiro jogador argentino de rugby em obter reconhecimento internacional. Além disso, foi o capitão de Los Pumas durante 12 anos e é considerado junto com Gonzalo Quesada um dos melhores chutadores do rugby argentino.
    • Gonzalo Quesada: vestiu a camisa nacional oito anos e foi o máximo artilheiro na Copa do Mundo de 1999 (no País de Gales), brilhando pela precisão do seu chute e pontaria. Acabou sua carreira profissional na França onde reside atualmente.
    • Agustín Pichot: foi membro da seleção argentina de rugby entre os anos 1995 e 2008. Considerado o melhor jogador do mundo por várias temporadas, do mesmo jeito que Quesada, continuou a sua carreira na Europa depois de 1999 (só que na Inglaterra). Durante seus dois últimos anos em Los Pumas foi o capitão. Participou de quatro copas do mundo.
    • Felipe Contepomi: começou jogando no clube Cardenal Newman de Buenos Aires junto com seu irmão Manuel. Integrou a equipe argentina e jogou a primeira das suas quatro copas do mundo em 1999. Posteriormente jogou na Inglaterra, Irlanda e França para depois voltar à Cardenal Newman. Brilhou como chutador no Mundial da França de 2007 perdendo a posição de máximo artilheiro para o sul-africano Percy Montgomery.
  • O popular cafezinho de Buenos Aires

    O popular cafezinho de Buenos Aires

    O popular cafezinho de Buenos Aires

    Considerando que o portenho carece do hábito de tomar o café da manhã em casa, o fato de entrar num bar antes do trabalho ou até mesmo durante a jornada laboral, vira uma necessidade.

    Pode ser pedido sozinho ou junto com alguma medialuna (croissant), mas de qualquer jeito o popular cafezinho de Buenos Aires sempre chega acompanhado pelo menos de um copinho de água e algum docinho ou bolacha.

    Também é motivo ou desculpa para marcar um encontro com amigos: a gente se encontra hoje à tarde naquele barzinho para tomar um café?  Ou bem para o sutil início de uma conquista ou paquera: posso te convidar para tomarmos um cafezinho e conversar?

    Está em Buenos Aires e hoje à noite vai jantar fora? Ou está a fim de tomar aquele cafezinho? Primeiro conheça 10 características dos bares e restaurantes de Buenos Aires.

    6 tipos de café mais solicitados

    Quem visita Buenos Aires pela primeira vez, vai encontrar várias opções antes de pedir um café. As mais solicitadas são:

    1. Café ou cafecito: café pequeno ou simples.
    2. Cortado: o tradicional pingado brasileiro.
    3. Café doble: expresso médio ou duplo.
    4. Café con leche: café com leite, pode vir com ou sem medialunas.
    5. Lágrima: mais leite e menos café, bem leve e geralmente servido em jarrinho.
    6. Café com crema: café com creme chantilly, para os paladares mais sofisticados.

    (Foto: flavouz)

    Cafezinho de Buenos Aires (Foto: flavouz)

    Enquanto degusta-se o café escolhido é possível ler tranquilamente um dos jornais ou revistas que a maioria dos bares oferece gratuitamente aos clientes enquanto permanecem no local.

    Se for viajar a capital argentina, recomendamos conhecer os principais costumes e características de Buenos Aires.

    Segredos e características do cafezinho de Buenos Aires

    • Diferente do café brasileiro (que como seu nome indica é produzido no Brasil), na Argentina o maior volume de café consumido vem da Colômbia, o que acaba resultando numa marcante característica no sabor.
    • O tipo de grão, moedura e torrefação são outros dos elementos fundamentais que determinam esse gosto tão singular do cafezinho de Buenos Aires.

      Café com churros, cafezinho de Buenos Aires
      Um cafezinho acompanhado de churros, outra das opções nos bares portenhos
    • Normalmente é bem forte, o que pode chamar a atenção do turista brasileiro. Mas como quase tudo tem solução, isso se resolve pedindo ao garçom um café liviano (café leve).
    • Nas máquinas expresso de bares, confeitarias e restaurantes, antes de colocar o café já prensado e encher a xícara, é de lei abrir a válvula e deixar sair um pouco de vapor (desse jeito o cafezinho não sairá queimado).

    Quer conhecer em primeira mão os pontos de visitação mais relevantes de Buenos Aires sem ter que perder seu valioso tempo organizando o roteiro? Descubra a ampla variedade de passeios disponíveis e aproveite para descobrir o melhor da cidade!!!