O câmbio em Buenos Aires 2016
Como muitos sabem, faz alguns dias a República Argentina escolheu novo presidente. Após oito anos de mandato, a Dona Cristina Kirchner acabou entregando resignadamente o poder ao novo mandatário eleito, o opositor Maurício Macri (quem até ai era o prefeito da cidade de Buenos Aires).
Dentre as habituais mudanças que todo presidente costuma fazer no início, aparece um assunto que cobra a atenção de uma grande maioria da população: o câmbio. E nesse sentido, os turistas estrangeiros (principalmente os brasileiros) não podem ficar do lado de fora. Afinal de contas o câmbio em Buenos Aires tem sido nos últimos anos um dos principais protagonistas, ocupando um lugar de relevância quase semelhante aos mais destacados pontos turísticos portenhos.
O que mudou, o que está mudando e o que vai mudar em relação à troca da moeda? Várias coisas.
Até agora existiam diversas cotações na hora de trocar dólares, reais ou qualquer outra moeda estrangeira na Argentina.
As mais conhecidas pelo público brasileiro eram:
- O câmbio oficial, que podia (e ainda pode) ser encontrado nas casas de câmbio autorizadas e os bancos da capital portenha.
- O câmbio paralelo, que era oferecido abertamente pelos cambistas de rua, mesmo com algum policial do lado. Prática ilegal, sim, mas feita na frente de todo mundo.
- E ainda a famosa cotação intermediária, negociada em restaurantes, comércios, passeios, espetáculos, etc.
Isso provocava bastante confusão na maioria dos turistas, experientes ou não.
Para os argentinos a lista continuava, já que, por exemplo, o cidadão que desejava comprar dólares como método de poupança (devido a pouca confiança na moeda local, o peso argentino) devia pagar o valor oficial mais um acréscimo de 20%. Sempre, é claro, que a operação fosse avaliada e aprovada pela temível AFIP (Administração Federal de Ingressos Públicos), ou para colocar de uma maneira mais simples: a Receita Federal Argentina.
E por último as despesas feitas no exterior com cartão de crédito ou débito, que sofriam a aplicação de 35% de imposto (versão argentina do IOF brasileiro), que podia ser devolvido junto com a declaração do Imposto de Renda do ano seguinte. Tudo bem enrolado, tipicamente argentino.
O que mudou?
A primeira medida que o novo governo tomou foi a eliminação formal de um dos tipos de câmbio existentes: o paralelo. Desde a quinta feira 17 de dezembro de 2015 finalmente existe uma única cotação, a oficial. Qual o valor? Um pouquinho menos que o câmbio paralelo antes de desaparecer, hoje entre 13 e 14 pesos argentinos por dólar. Uma boa notícia para o turista brasileiro, já que com esse valor e a situação atual do dólar no Brasil, passar uns dias de férias não fica tão desfavorável assim.
Confira aqui a cotação oficial do dólar e o real brasileiro em Buenos Aires
O que está mudando?
Aos poucos, os cambistas estão abandonando as ruas do micro centro e você já não vai escutar o tempo todo aquela famosa e cansativa frase “câmbio, câmbio” enquanto circula por Florida ou Lavalle. Ainda tem, mas cada dia são menos. O câmbio em Buenos Aires vai perder alguns dos “arbolitos” (apelido dos cambistas de rua) que acabaram sendo parte da paisagem da cidade.
O que vai mudar?
Outro grande problema económico da Argentina é a inflação, bem superior que a do Brasil. Um dos objetivos do novo Ministro da Fazenda é reduzir drasticamente o alto índice de inflação, que hoje é de 30% ao ano. Se isso for possível, e com um dólar mais ou menos estável, o panorama para os turistas brasileiros poderia se apresentar menos complicado.
Ou seja, a partir de agora tudo vai depender da cotação do dólar no Brasil e se o real está apreciado ou não. Ai você vai decidir se viajar a Buenos Aires vale a pena ou não. Um problema a menos.
Além disso, você já não precisa se preocupar se não tiver pesos argentinos na hora da chegada: pode trocar dinheiro no aeroporto ou ainda comprar pesos no Brasil antes de viajar.
Onde trocar dinheiro em Buenos Aires em 2016:
O mais importante de tudo. Com as novas resoluções, os turistas poderão trocar normalmente seus dólares, reais, euros ou qualquer outra moeda estrangeira nos locais que foram criados precisamente para isso: as casas de câmbio e os bancos.
Basta apresentar simplesmente um documento de identidade com foto (RG ou passaporte original) e ter um pouco de paciência. A burocracia não é só brasileira e para trocar dinheiro é preciso enfrentar uma fila e demorar alguns minutos frente ao balcão de alguma agência.
E o que fazer com aqueles pesos argentinos que sobraram? Posso trocá-los por reais brasileiros novamente? Sim, você pode. Mas não se esqueça da diferença entre o valor de compra e de venda, que não é o mesmo, e aí você vai perder um pouco de dinheiro. Nesse sentido, gastar os últimos trocados argentinos no Free Shop de Ezeiza ou de Aeroparque continua sendo uma solução que ainda não mudou!
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