Depois da segunda fundação da cidade de Buenos Aires (11 de junho de 1580 pelo espanhol Juan de Garay), foram definidos os quarteirões que iriam constituir a base da cidade de Buenos Aires. No quarteirão central dessa área encontrava-se a chamada Praça Maior, a atual Plaza de Mayo.
Foi cenário da histórica Revolução de Maio quando o 25 de maio de 1810, os porteños decidem expulsar os colonizadores espanhóis e começar a luta pela sua independência. Está rodeada pelas três construções principais que na época eram precisas para fundar uma cidade: a Catedral Metropolitana, o Cabildo e a Casa de Governo (Casa Rosada na atualidade).
Na atualidade a Plaza de Mayo está delimitada pelas ruas Rivadavia, Hipólito Yrigoyen, Bolívar e Balcarce e dela saem duas diagonais: Roque Saenz Peña (Diagonal Norte) e Julio Argentino Roca (Diagonal Sur). As duas Diagonais comunicam a praça com a Avenida 9 de Julio, sendo que a Diagonal Norte termina no Obelisco.
Caminhando pela praça
Pela sua estratégica localização, é difícil viajar a Buenos Aires pela primeira vez e não atravessar a Plaza de Mayo pelo menos uma vez, já que fica muito próxima dos principais pontos turísticos da cidade: o moderno bairro de Puerto Madero, o Micro Centro porteño, a transitada e famosa Florida e outros.
Muito movimentada, caracteriza-se pelo intenso fluxo de trânsito e os milhares de pedestres que circulam todos os dias, além dos numerosos turistas que a frequentam. Dentro dela pode ser vista a Pirâmide de Maio, monumento que representa a já mencionada Revolução de Maio.
Nos últimos anos a praça virou o cenário escolhido pelos diferentes movimentos políticos e sindicais para realizar manifestações.
O edifício da AFIP (a Receita Federal da Argentina) encontra-se também frente a Plaza de Mayo; ao lado, surge lateralmente a Rua Defensa e ingressando nela, caminhando umas poucas quadras chega-se ao colonial e pitoresco bairro de San Telmo. A Avenida de Mayo nasce ao lado do Cabildo e continua até o Congresso Nacional; no caminho é possível achar o tradicional Café Tortoni.
O célebre e prestigiado Colégio Nacional de Buenos Aires, que soube ser o símbolo da educação da cidade em outros tempos está localizado perto da Plaza de Mayo, na Rua Bolívar. Também podem ser encontrados do outro lado da praça os prédios da Logia Maçônica, o Ministério da Fazenda, o Banco de la Nación e o Serviço de Inteligência do Estado (SIDE).
O Município de Tigre fica uns 33 km distante da cidade de Buenos Aires na chamada Zona Norte, nas margens dos rios Tigre e Luján. Desde a estação fluvial saem com frequência lanchas de passageiros até as diferentes ilhas e rios que fazem parte do chamado Delta del Tigre, na entrada do Delta do Rio Paraná.
Ao longo dos seus diversos rios e canais são feitos passeios em lancha e catamarã, excursões de pesca, prática de esportes aquáticos, etc. É ideal para quem deseja um lugar calmo, com uma vista agradável e em contato direto com a natureza.
Mesmo havendo sofrido um processo de reforma para atrair o turismo, a cidade ainda conserva as antigas mansões construídas na época dourada das primeiras décadas do século passado.
Alguns destaques do Tigre
Saindo da estação de trem e atravessando a pequena ponte, encontra-se o Paseo Victorica que vai beirando o Rio Luján, onde também é possível achar alguns restaurantes para almoçar.
Um dos pontos turísticos é o Puerto de Frutos. Nele encontram-se espalhadas barracas onde podem ser compradas as obras produzidas pelos artesões, lembranças e produtos típicos da região, além de frutas e verduras cultivadas nas ilhas e trazidas diariamente pelas lanchas. Uma completa praça de alimentação pode ser achada também no Puerto de Frutos, com vários restaurantes, bares e churrascarias.
O Parque de la Costa, no Tigre
Perto da estação do Tren de la Costa aparece a imponente e tentadora figura do Casino Trillenium, para aqueles dispostos a arriscar um pouco de dinheiro tentando a sorte nas máquinas caça-niqueis e a roleta.
Caminhando mais um pouco se chega ao Parque de la Costa, um parque de atrações não muito grande, mas que vale a pena ser visitado.
A cidade possui diversos e interessantes museus que merecem ser visitados, os mais destacados são os Museu de Arte, o Museu Naval e já dentro do Delta del Tigre(após uns 20 minutos de navegação) o Museu Sarmiento.
Uma viagem em catamarã pelo Tigre
Nas últimas décadas um grande número de condomínios e bairros privados foi construído; o orgulho do Tigre é o Nordelta, um exclusivo e elegante bairro onde moram empresários, políticos e artistas.
Em questões de segurança, foi um dos primeiros municípios em utilizar câmeras de vigilância.
A melhor maneira de recorrer os vários rios e canais do Delta é fazendo uma viagem em catamarã. O serviço funciona o ano todo, em diversos horários e as passagens podem ser compradas nas bilheterias localizadas na beira do rio.
Com capacidade de até 150 passageiros e serviço de bebidas e refeições, os catamarãs oferecem viagens de diferentes durações (entre 40 minutos e duas horas) enquanto navegam pelos rios Tigre, Luján, Sarmiento e San Antônio.
Durante a navegação as bonitas casas de final de semana podem ser observadas desde o catamarã, como assim também as chamadas “lanchas armazém” que fornecem mantimentos aos moradores das casas localizadas nas diferentes ilhas.
Os rios do Delta del Tigresão os escolhidos para a prática de esportes aquáticos. Com um grande número de clubes, o remo é o esporte mais popular entre os moradores.
Como chegar
Existem várias alternativas para chegar desde o centro da Cidade de Buenos Aires.Uma delas é pegar o trem da linha Bartolomé Mitre (ramal Tigre), na estação Retiro; a viagem demora de 45 a 50 minutos até chegar ao ponto final.
Outra possibilidade é utilizar o trem que também sai de Retiro, da mesma linha Bartolomé Mitre (desta vez, ramal Mitre) e descer na estação Bartolomé Mitre, no bairro de Olivos. Atravessando a ponte por cima da Avenida Maipú, se tem acesso a plataforma do Tren de La Costa.
O Trem de La Costa sai de Olivos (estação Mitre) e percorre onze estações até chegar finalmente no ponto final que é a estação Delta, no Tigre. Faz um trajeto interessante permitindo ao passageiro descobrir a vista dos diversos bairros residenciais da região (Olivos, La Lucila, Martínez, Acassuso, San Isidro, etc.). Grandes e imponentes casas podem ser apreciadas durante a viagem.
A linha de Ônibus 60 sai de Constitución e chega até Tigre, sendo outra alternativa de transporte só que a mais demorada: a viagem pode levar até duas horas. Já quem prefere uma viagem mais rápida e confortável pode contar com os serviços de um remise (com a possibilidade de acertar o preço de ida e volta com antecedência) ou um rádio táxi.
Visite o Tigre e descubra um ótimo passeio em Buenos Aires.
Na cidade de Buenos Aires, o atendimento ao publico é um pouco diferente daquele que as pessoas estão acostumadas no Brasil. O porteño pode ter um ar menos dedicado podendo parecer até indiferente as necessidades do turista. Isso não é exatamente falta de educação ou consideração, mas faz parte das características e costumes de Buenos Aires, que pode chamar a atenção de quem visita a cidade.
Os Meios de Transporte
Os ônibus que circulam pela cidade são sempre abordados pelo passageiro pela porta dianteira e o descenso é sempre efetuado pelas portas traseiras (muitos ônibus têm três portas, uma na frente, uma no meio e outra na parte de trás).
A passagem é paga de duas maneiras: em dinheiro (só moedas de pesos argentinos são aceitas) e através do uso do chamado cartão SUBE , que também pode ser solicitado pelos turistas estrangeiros, apresentando o passaporte ou documento de identificação pessoal reconhecido pela República Argentina. O custo de emissão é de 20 pesos argentinos.
Já as passagens de metrô ou de trem sim podem ser pagas com a utilização de notas, além de moedas e o cartão SUBE.
O cartão SUBE é utilizado na maioria dos meios de transporte de Buenos Aires
Horários comerciais
Entre as características e costumes de Buenos Aires, o que pode chamar atenção do turista brasileiro são os horários dos comércios e escritórios da cidade: eles começam as suas atividades um pouco mais tarde que no Brasil, das nove horas da manhã em diante. Só os órgãos oficiais abrem as suas portas a partir das oito. Os funcionários geralmente almoçam entre as 13 e as 14 horas, mais tarde do acostumado nas cidades brasileiras. Pode chamar a atenção ver que os restaurantes ainda estão vazios ao meio dia. No entanto, a finalização do expediente de trabalho acontece em redor das 19 horas ou mais tarde. Os consultórios médicos ou dentais também atendem normalmente até esse horário.
Quem visita Buenos Aires pela primeira vez poderá perceber que normalmente o porteño tem costume de jantar tarde: dificilmente vai jantar fora antes das 21 horas. Do mesmo jeito, as reuniões em casa com amigos ou familiares nunca começam antes desse horário e continuam até a madrugada.
Para os porteños o café da manhã não tem a mesma importância que no Brasil. Geralmente é consumido às pressas e com exceção daquele servido nos hotéis, não possui a fartura e variedade do café da manhã brasileiro. Um café da manhã tipicamente porteño inclui uma xícara grande de café com leite e croissants.
Comida porteña
Sem dúvida é um dos pontos onde o turista brasileiro em Buenos Aires pode encontrar as maiores diferenças. No artigo Bares e Restaurantes de Buenos Aires o assunto é tratado com exclusividade.
As batatas fritas são o acompanhamento que nunca falta nos pratos porteños
Além da ausência do arroz e o feijão, existem pratos similares entre os dois países, mas feitos com outros temperos que podem chamar a atenção do comensal. O acompanhamento acostumado para a maioria dos pratos de carne é a batata (frita, assada, cozida, etc.) e quem quiser outros acompanhamentos (massas ou saladas, por exemplo) deve solicita-los separadamente e vem em porções individuais.
Padarias
As padarias e confeitarias de Buenos Aires podem resultar realmente uma tentação para quem gosta de doces. Quem passa pela porta de uma padaria não tem como não se sentir atraído pelas tortas, massas e sanduíches apresentados nas vitrines e pelo incomparável cheiro do pão fresco. O pão francês apresenta uma ampla variedade de tipos e tamanhos, sendo que a maioria das padarias possui elaboração própria.
As “facturas” (massinhas), as “medialunas”(croissants) e os churros (de menor tamanho que aqueles feitos no Brasil, mas de qualidade semelhante) são vendidos por dúzia. São a companhia ideal do café da tarde ou do tradicional “mate”(chimarrão), infusão muito popular na Argentina do mesmo jeito que no sul brasileiro.
Quiosques
O número de quiosques ou lojas de conveniência instalados em Buenos Aires é bem elevado e em quase todas as quadras é possível encontrar um principalmente no Micro Centro.
Existem numerosos quiosques no centro de Buenos Aires
Oferecendo um verdadeiro arsenal de mercadorias diversas (guloseimas, cigarros, bebidas não alcoólicas, sanduíches, créditos de celular, etc.), muitos deles permanecem abertos às 24 horas do dia.
Em resumo, conhecer as principais características e costumes de Buenos Aires pode ajudar o turista a entender melhor a idiossincrasia da cidade.
A primeira pizzaria Los Inmortales (Os Imortais, em português) nasceu no ano 1952, na Avenida Corrientes 1369, quase esquina com Uruguay, a 300 metros do Obelisco; aos poucos foi se convertendo numa parada quase obrigatória para todo aquele que circulasse pelas redondezas, para poder degustar uma pizza com uma qualidade que iria se manter até hoje.
No ano 1966 foi inaugurada a filial de Lavalle 746, entre Maipú e Esmeralda; nessa época Lavalle era uma rua com numerosos cinemas e já era difícil resistir à tentação de entrar na pizzaria e experimentar as especialidades da casa. Atualmente continua sendo frequentada também por turistas e funcionários que trabalham nas proximidades.
Uma das características da decoração é seu mítico quadro onde aparece Carlos Gardel (um verdadeiro Imortal) em pé na Avenida Corrientes, uma imagem tão clássica quanto a mesma pizzaria.
Além dos locais já mencionadosno Micro Centro, Los Inmortales possui mais três filiais:
Mendoza 2338, no bairro de Belgrano e aberta no ano 2001.
Paraná 1209, inaugurada em 2004 em frente à Praça Vicente López na Recoleta.
Paseo de la Bahía, Bahía Grande, no exclusivo bairro privado Nordelta (no Tigre) onde abriu as suas portas em 2006.
O ponto forte do cardápio é a pizza e apresenta uma completa variedade com quase 40 sabores diferentes. Lembrando ao leitor que em Buenos Aires a pizza é geralmente mais alta que a brasileira, Los Inmortales oferece a sua famosa Pizza a la Piedra, feita na pedra ou base do forno sendo mais fina e crocante.
Como em todas as pizzarias da cidade, as empanadas não podem ficar ausentes e o comensal pode escolher entre os 13 diferentes recheios. Mas não é só de pizza e empanadas que os porteños gostam e por isso o cardápio inclui outros pratos.
Entre as entradas destacam-se o presunto cru com salada russa, a maionese de frango ou atum e a bem porteña Picada de la Casa, ampla sequência de tira gostos, salgadinhos, queijos e frios para ir degustando junto com a bebida predileta, antes da chegada do seguinte prato.
Os pratos principais consistem em filé mignon ou contra filé, milanesas, frango e uma completa lista de acompanhamentos, além das saladas que podem ser elaboradas segundo a escolha do freguês.
Sem esquecer-se da tradição italiana sempre viva entre os moradores de Buenos Aires, as massas (conhecidas como pastas) também estão presentes entres as opções a serem experimentadas. Podem ser as mais simples (macarrão ou nhoques) ou recheadas (raviólis ou canelones). Para finalizar, as sobremesas oferecidas são o pudim caseiro de leite, morangos com creme, panquecas, sorvetes, salada de frutas, tortas, etc.
Los Inmortales é um lugar que merece ser incluso no roteiro gastronômico de qualquer turista que visita Buenos Aires pela primeira vez e tem desejo de experimentar o típico gosto da pizza porteña e todas as suas variedades.
Alem do já mencionado churrasco argentino, outro prato muito popular e que o turista brasileiro em Buenos Aires não pode deixar de experimentar são as empanadas. Estão feitas com uma massa baseada em farinha de trigo, água, banha e sal, que depois será cortada em discos e finalmente recheadas com diferentes ingredientes e fechadas cuidadosamente. Parecidas com os pastéis brasileiros… mas diferentes!
Originárias dos países árabes, as empanadas foram descobertas pelos espanhóis no ano 700 DC; no entanto, só chegaram às terras argentinas e os países vizinhos durante a época da colonização. Segundo alguns relatos, no século XIX já eram consideradas um prato tradicional que nunca faltava nas festas e reuniões da cidade.
Diferentes tipos
Existem na Argentina diversas variedades de empanadas, na verdade cada região ou estado do país tem a sua própria versão com diferente recheio, tipos de massa, temperos, etc. Mas o sabor característico e atraente fica fora de qualquer questionamento.
Podem ser servidas como entrada antes do prato principal, acompanhando um bom churrasco (costume bem tradicional no interior da Argentina) ou bem como único prato. As mais conhecidas são recheadas com carne (pode ser moída ou cortada à faca), mas também podem levar frango, queijo e presunto, milho com molho branco, queijo e cebola, espinafre e muitas combinações mais. Todas elas podem ser fritas ou ao forno.
Quando se fala de empanadas, a mais tradicional é a de carne: o recheio é feito com carne moída sem gordura, cebola, cebolinha, pimentão vermelho, azeitonas, ovo cozido picada e até uva passa (dependendo do gosto pessoal). Os temperos geralmente usados são sal, pimenta calabresa, páprica e cominho (este é o tempero que da o gosto característico ao recheio e não pode faltar) e o recheio pode ser suave ou bem apimentado. Antes de coloca-las no forno podem ser pintadas com ovo mexido para ressaltar a cor amarela e ficar mais douradas.
Empanadas argentinas, uma tentação difícil de resisitir
Sendo um dos pratos típicos da República Argentina, podem ser achadas na maioria dos bares e restaurantes de Buenos Aires.
Originalmente uma ideia dos povos gregos, os romanos começaram a cozinhar as primeiras versões da pizza já no início da era cristã. No começo era uma massa de diversas formas feita com farinha de trigo assada no forno e levava tomate, azeite, ervas e temperos. No entanto, a pizza que todos nós conhecemos atualmente teve que esperar até o final do século XIX para receber o seu ingrediente principal: a mussarela. Com anterioridade, outros tipos de queijo já eram utilizados como por exemplo o queijo de búfala.
A República Argentina sofreu uma intensa imigração durante o final do século XIX e a primeira parte do século XX. A maioria desses imigrantes chegava da Espanha e a Itália, trazendo junto com os sonhos de uma vida melhor, seus costumes e sua culinária.
Do mesmo jeito que na Itália, foi no começo uma comida das classes mais humildes. Porém, com o passar do tempo foi sendo conhecida e aceita pelo resto da sociedade.
No coração de Buenos Aires
Considerando que a maioria dos imigrantes italianos se estabeleceu em La Boca, é lógico supor que a maioria das pizzarias tem seu nascimento no bairro das cores azul e amarela.
Nos velhos tempos, nos estádios de futebol era popular a chamada “pizza de cancha” (pizza de estádio em português) que trazia simplesmente molho de tomate e alho, mas sem mussarela.
Junto com a pizza, veio a tradição de servir a fainá, uma massa redonda, dourada e crocante feita com farinha de grau de bico; então, nas pizzarias de bairro era de lei sentar no balcão e pedir uma fatia de pizza, outra de fainá e um copo de moscato (vinho branco doce). Por causa da inegável influência italiana, a pizza está no coração de todos os porteños.
A pizza feita em Buenos Aires é um pouco diferente da brasileira: ela é mais alta, com uma massa mais grossa e bastante mussarela. Ela pode ser feita na forma de aço (mais alta e fofa) ou na pedra do forno (mais fina e crocante); muitas pizzarias possuem as duas opções e é só questão de consultar.
A variedade de sabores é bem extensa; os mais tradicionais são a mussarela, fugazza (só com cebola, sem molho de tomate nem queijo), fugazzetta (cebola e queijo), napolitana, presunto e pimentão (em conserva) e calabresa.