Uber, Cabify e os táxis em Buenos Aires: como viajar?
Já se passou pouco mais de um ano desde que o Uber começou as suas atividades em Buenos Aires. Nesse tempo todo aconteceu muita coisa: protestos, manifestações, ações judiciais, ameaças e bastante bagunça. Nada que a empresa americana não conheça: na verdade, já estão acostumados. Em cada cidade onde o Uber desembarca nasce imediatamente uma enorme polêmica. Como está o Uber em Buenos Aires, um ano depois? Não dá para dizer que esteja firme e forte, mas o serviço continua. As diferenças de preços entre o Uber, o Cabify e um táxi de rua podem ser notórias, dependendo da situação.
Vamos botar como exemplo uma viagem que eu mesmo fiz nos últimos dias para poder entender melhor as coisas.
Pegando Uber na cidade
Fiz o teste numa região longe do habitual circuito turístico portenho. Estava no bairro de Villa del Parque, talvez desconhecido pela maioria dos visitantes brasileiros. Precisava ir até Caballito, ambos os bairros dentro da Cidade Autônoma de Buenos Aires. O percurso começava na rua Juan Agustín García até o cruzamento das Avenidas Rivadavia e Acoyte.
O procedimento é o mesmo que no Brasil: você precisa ter o aplicativo instalado no seu smartphone. E uma conexão a internet, logicamente. Uma dúvida que muitas pessoas têm: o programa que foi instalado no Brasil serve na Argentina? Sim, sem problemas.
Outra coisa que muitos turistas querem saber: tem que pagar só com cartão de crédito ou pode ser em dinheiro? As duas alternativas são válidas e você escolhe a forma de pagamento na hora de confirmar o pedido. Só que para garantir adicione a opção de pagar em dinheiro antes de sair do Brasil. Eu já tinha feito isso antes e funcionou bem, mas não sei se dá para fazer já em Buenos Aires.
Entenda como utilizar o cartão de crédito no exterior
Na verdade, na primeira tentativa quis contratar o Uber pagando com o meu cartão de crédito da Argentina. Entretanto, por essas questões tecnológicas e burocráticas não foi possível. Então, acabei pagando em dinheiro. Segundo o Cristian (motorista do Uber) o pagamento com cartão foi aceito apenas durante os primeiros meses. Depois… deixou de funcionar. Mas nada de ficar preocupados por isso: os cartões de crédito emitidos no exterior são aceitos normalmente. Ou seja, os turistas estrangeiros podem pagar em dinheiro ou com cartão sem inconvenientes. Já os cidadãos argentinos só têm a chance de acertar a corrida à vista. Pelo menos por enquanto.
Voltando ao assunto, a viagem acabou saindo 85 pesos conforme mostra o email da Uber.
Uber, Cabify e os táxis portenhos
Quanto teria custado essa mesma viagem se no lugar do Uber eu tivesse escolhido um táxi? Foram 5,6 quilômetros, num horário de trânsito moderado. Assim, fazendo um cálculo rápido e otimista ia pagar perto de 100 pesos pela corrida, sem trânsito nem demoras. A diferença não parece ser muito grande, mas existe.
Está na hora do Cabify, outro serviço de traslados que pode ser contratado desde o celular, entrar na jogada. A empresa espanhola, que também funciona no Brasil, mandou ver um preço consideravelmente mais alto: 132 pesos! Partindo do mesmo lugar (Villa del Parque) e até o mesmo destino (Caballito).
Uma ferramenta que pode ajudar bastante na hora de calcular o valor de uma viagem em táxi é Taxista Virtual. O aplicativo serve para que a pessoa tenha uma noção do preço de uma corrida de táxi de rua. Só que o cálculo feito é apenas lineal: valor inicial mais a distância percorrida pelo táxi. Mais nada.
Fazendo uma simulação online, poderia ter pago uns 82 pesos pelo mesmo percurso conforme mostra a imagem. Contudo, tenho as minhas dúvidas sobre a precisão do aplicativo. Na verdade, não do aplicativo e sim do preço final. No final das contas, o taxímetro está fortemente influenciado pelas demoras no trânsito e os semáforos. Logo, o valor a pagar pode ser bem superior embora fazendo o mesmo caminho. Se a gente pegar 10 semáforos e tiver que esperar um mínimo de um minuto em cada um… quanto daria? Uns 23 pesos acima do valor sugerido inicialmente, já que cada minuto de espera equivale a 2,32 pesos. Nesse caso iriamos ultrapassar os 100 pesos argentinos tranquilamente.
Outro exemplo entre o Uber, Cabify e um táxi
Até agora a gente viu que os valores que cada mecanismo cobra pelo mesmo percurso apresentam algumas diferenças interessantes. Vamos trocar a rota e simular uma viagem desde Palermo Soho até a Avenida 9 de Julho e Corrientes. Dois pontos turísticos bem conhecidos pelo público brasileiro: a Praça Serrano e o Obelisco. Vejam as diferenças entre o Uber e o Cabify para fazer essa viagem de pouco mais de seis quilômetros.
- Uber: entre 102 e 130 pesos.
- Cabify: 134,79 pesos.
Um táxi qualquer, em bandeira 1 não cobraria menos de 100 pesos. Com bandeira 2 (entre as 22h e às 6h da manhã) já seriam ao redor de 120 pesos. Isso, se a gente pegar um motorista decente, que faça o mesmo caminho e não pegue engarrafamentos. Mas quem sabe já estamos pedindo muita coisa!
Lembrando que os táxis portenhos cobram inicialmente 23,20 pesos, mas 2,32 a cada 200 metros (bandeira 1). Depois das 10 horas da noite devemos calcular 20% a mais com a bandeira 2, a famosa tarifa noturna.
Seja qual for a escolha, hoje em dia com a ajuda da tecnologia o turista fica bem mais informado. E mais protegido também. Vale a pena fazer uma rápida pesquisa para ter uma noção bastante precisa de tempo, distância e, principalmente, o custo. Invista uns minutinhos fazendo comparações que no final podem fazer toda a diferença. Os tempos em que alguém podia ser enganado por um motorista parecem, aos poucos, ir ficando atrás. Seja no Uber, Cabify ou táxi.
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