Viajar para Buenos Aires… ainda vale a pena ou não?

Ah, aquela bendita situação econômica desses países da América do Sul! A gente nunca, ou quase nunca tem sossego. Quando você pensa que uma fase de estabilidade veio para ficar, as coisas mudam de uma hora para outra. Longe ficaram os primeiros anos dessa década onde o câmbio era super favorável para o público brasileiro. Sim, essa época onde nas ruas Lavalle ou Florida falava-se mais português (ou portunhol) mais do que o próprio espanhol. E agora, em agosto de 2018… será que viajar para Buenos Aires ainda vale a pena ou não?

Sem dúvidas os preços já não são os mesmos, embora o câmbio às vezes engane um pouco ao turista desinformado. Será que um dólar está flutuando entre 29 e 30 pesos? E que um real brasileiro está acima de 7 pesinhos argentinos? Sim, isso tudo é verdade. Mas essa realidade monetária resulta conveniente mesmo?

É importante lembrar que em ambos os países a moeda americana se apreciou consideravelmente nos últimos tempos. Entretanto, no país vizinho a depreciação da moeda local foi ainda maior e aí começam as diferenças. No seguinte artigo vamos aprofundar mais um pouco no assunto conferindo os itens mais importantes na vida de qualquer turista…

Compras

De longe uma das atividades que mais sofreu por causa da inflação. Logo, o passatempo predileto da maioria dos turistas brasileiros ficou seriamente ameaçado. Cada dia fica mais difícil achar coisas para comprar por preços razoáveis. Normalmente os valores são semelhantes aos encontrados nas grandes cidades do Brasil. E se bobear, acabam sendo mais altos.

É preciso de muita paciência, horas de pesquisa e até um pouco de imaginação para não voltar de mãos vazias. A roupa e o calçado podem apresentar, em muitos casos, preços proibitivos. Na hora de comprar lembranças a dica é bater perna e olhar bastante, principalmente nessas lojas direcionadas exclusivamente aos turistas.

Comida

Aqui é bom dividir as coisas porque existem dois cenários bem definidos: quanto a gente pode gastar ao meio-dia almoçando nos lugares frequentados pelos trabalhadores ou visitando um restaurante com mais requinte. No primeiro caso, os preços não aumentaram muito precisamente porque o público-alvo são justamente as pessoas que trabalham. E que pagam o almoço do seu próprio bolso, ainda isso. Desse jeito, é possível almoçar sem luxos por menos de 50 reais por pessoa.

O panorama muda drasticamente se escolhermos comer com um grau mais alto de sofisticação. Os preços podem arranhar, ou ainda ultrapassar, os 100 reais por pessoa. Num patamar intermediário aparecem as pizzarias, hamburguerias e restaurantes (ou barzinhos) de padrão médio. Em resumo: a comida é outro dos itens que também foi atingido fortemente pela inflação e a desvalorização do peso argentino.

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Transporte

Mesmo com o curioso sistema que implementou o governo de ir aumentando o valor das passagens mensalmente, o transporte público em Buenos Aires (ônibus, metrô e trem) continua barato. Pelo menos em comparação com o transporte no Brasil.

Os táxis e remises, junto com o sempre polêmico Uber apresentaram aumentos nas suas tarifas, principalmente pelo aumento da gasolina. Ainda assim, em muitos casos continuam sendo uma opção em conta, sobretudo nos trajetos mais extensos. Como boa prática, é recomendável fazer sempre uma pesquisa prévia e levantamento de preços antes de decidir qual alternativa escolher.

Espetáculos e passeios

Se falarmos dos shows de tango, todos eles realmente têm os seus preços calculados em dólares. Ou seja, aí depende mais da cotação do dólar no Brasil do que outra coisa. Existem sempre promoções com os espetáculos tangueiros mais badalados por valores em conta, o que acaba fazendo a diferença.

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Outros passeios tradicionais (Buenos Aires, Bus, Zoo de Luján, Temaikén, etc.) ajustam os valores dos ingressos baseados na galopante inflação. Nesse caso os aumentos podem resultar bem mais evidentes, principalmente se você já visitou a cidade alguns anos atrás.

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Moral da história: viajar para Buenos Aires… vale a pena ou não? Vale sim, mas é necessário fazer muito bem as contas e ficar cientes que aqueles dias dourados ficaram realmente atrás. Pelo menos por enquanto.